Organizada pela Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes e ministrada pelas especialistas do TCE-RO, Rita Paulon e Suely Amaral, a atividade conta com a participação de sete municípios do Vale do Jamari
Dando continuidade às atividades da Formação Continuada em Ariquemes, realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO), o encontro dessa terça-feira (23/11) envolveu os coordenadores do programa nos municípios e os gestores escolares do Bloco I.
A formação aconteceu na Faculdade de Educação e Meio Ambiente (Faema), foi organizada pela Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes e ministrada pelas especialistas do TCE-RO, Rita de Cássia Paulon e Suely Amaral.
Participaram da formação os sete municípios que compõem o Bloco I: Alto Paraíso, Ariquemes, Cacaulândia, Cujubim, Itapuã do Oeste, Monte Negro e Rio Crespo.
Os objetivos centrais da formação com os diretores são os de gerar espaços de discussão coletiva a partir da análise dos dados da avaliação diagnóstica, compartilhar ações e boas práticas que já estão sendo implementadas para a estruturação da política de alfabetização, elaborar novas estratégias e ações com foco no alcance das metas e resultados de alfabetização. Além de apoiar as redes para elaboração do Plano de Ações para 2022 em curto e médio prazo.
AVALIAÇÃO
Em todo o Estado foram realizadas 39,52 mil avaliações diagnósticas e, destas, 9.395 foram realizadas nos sete municípios que compõem o Bloco I, do 2º ao 9º ano.
De acordo com os resultados da avaliação diagnóstica, dos 3,8 mil alunos avaliados dos sete municípios, no 2º ano e no 3º ano, em torno de 1,1 mil alunos não estão alfabetizados. Por ser uma avaliação diagnóstica, as habilidades avaliadas se referem ao ano anterior do ano escolar do estudante.
Os resultados da avaliação diagnóstica dos sete municípios parceiros foram apresentados e discutidos com os diretores.
O técnico da Secretaria de Planejamento do TCE-RO, Vinícius de Moraes, destacou que o papel do Tribunal nesse processo é ajudar a alavancar significativamente os índices de alfabetização, contribuindo para o aperfeiçoamento dos profissionais que atuam na equipe central e escolar e olhando para os resultados da avaliação diagnóstica e para implementação de ações efetivas, a fim de mudar o quadro crítico atual.
Explicou ainda como estão classificados os cinco níveis de proficiência dessa avaliação: avançado – aluno alfabetizado, leitor fluente, escreve e compreende textos; desejável – aluno alfabetizado, lê com dificuldade, lê textos curtos, terá dificuldades para acompanhar as outras disciplinas no 4º ano; básico – aluno com conhecimento rudimentar de escrita; insuficiente – lê uma lista de palavras com dificuldade; e alunos não alfabetizados nos níveis abaixo do básico e insuficiente.
FOCO EM RESULTADOS
De acordo com a especialista Rita Paulon, os gestores já estão com os dados da avaliação da sua escola em mãos e conseguem olhar para os resultados e saber da situação dos alunos do 2º ao 9º ano e identificar as habilidades que os alunos não conseguiram atender.
“Os gestores têm o papel principal de fazer com que a escola trabalhe sistematicamente com sua equipe, tendo uma gestão comprometida com foco em resultados. Nós, da equipe do Tribunal de Contas, estamos ombreados com as redes municipais e nos sentimos corresponsáveis junto aos gestores e equipes técnicas pelo sucesso dos alunos”, afirmou.
FLUXO
A especialista retomou o fluxo do acompanhamento da implementação dos processos. “Quando se fala no fluxo de acompanhamento das ações na camada escola, precisamos priorizar o monitoramento dos indicadores precisos de alfabetização, e a camada central (secretaria) requer uma equipe comprometida para fazer essa engrenagem funcionar, olhando para a gestão dos processos e para o monitoramento dos indicadores de alfabetização”, explicou Rita Paulon.
Salientou ainda que a sistematização das informações e boas práticas são fundamentais para refletir coletivamente com as equipes para tomada de decisão dos cenários a serem implementados em 2022.
ABORDAGEM
Rita Paulon disse também que para reverter os prejuízos da aprendizagem e atuar de modo contundente e rápido para levar as crianças da situação de insuficiência e abaixo do básico para uma classificação desejável até o final de 2022 serão necessárias estratégias emergenciais.
A partir desse contexto, os gestores foram convidados a analisar cenários possíveis para superar os desafios apresentados, como: reenturmação dos alunos que estão na classificação de insuficiência e abaixo do básico, no turno regular, com professor alfabetizador exclusivo, trabalhando com eles até junho ou o ano todo; aulas no contraturno duas a três vezes por semana com professor alfabetizador; aulas aos sábados, três horas com professor alfabetizador; e enturmação parcial – alunos saem de suas turmas de origem duas vezes por semana durante duas horas para aula com professor alfabetizador em outro espaço da escola (turma multisseriada).
PERSPECTIVAS
As discussões e a troca de experiências possibilitaram aos gestores conhecerem e ampliarem estratégias para intensificar a aprendizagem com as crianças que não estão alfabetizadas para além das aulas no turno regular, necessária para esses alunos. Para a especialista Suely Amaral, a decisão de não ter mais crianças analfabetas é da gestão.
“As crianças não aprenderão a ler se não forem devidamente ensinadas. Eu vou levar a criança do 3º ano para prosseguir em 2023 sem estar alfabetizada? Para ajudá-los nesse processo vamos disponibilizar materiais e formação continuada para que essas crianças possam avançar e serem alfabetizadas desde os passos iniciais”, completou.