Fiscalização com propósito: TCE-RO ouve população e profissionais, detecta melhorias e problemas na saúde de Porto Velho

Neste domingo de fiscalização, 12 de outubro, a equipe do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE -RO) esteve em 4 unidades da rede pública de saúde de Porto Velho: Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino, UPA da Zona Leste e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).
A ação integra o Programa Permanente de Fiscalização da Saúde, que une rigor técnico e escuta humanizada para induzir melhorias no atendimento à população e que os profissionais da saúde tenham condições dignas de trabalho.

Os auditores verificaram a oferta de medicamentos, a realização de exames, o estado de equipamentos, a presença de profissionais da saúde e a limpeza das unidades.
Na inspeção, o TCE-RO se deparou com melhoras, avanços e desafios que impactam a vida das pessoas.

“A fiscalização está sendo de grande valia, porque vê as falhas, e nos permite sanar muitas situações, melhorando o atendimento”, disse a profissional de saúde, Sandra Cardoso.
DANDO VOZ A QUEM É ATENDIDO
Usuários e acompanhantes têm visto, com muita satisfação, os resultados efetivos das fiscalizações realizadas pelo TCE na saúde.

“Vejo vocês saírem, no domingo, do conforto de suas casas para fiscalizarem. Tiram foto da escala, nos ajudam. Isso é muito positivo”, disse Cleandro dos Santos, que acompanhava a mãe em atendimento na unidade.
Manoel Cavalcante estava com o pai sendo medicado e também notou diferença. “Essa fiscalização precisa ser constante e conversar diretamente com os pacientes para ver o que está acontecendo”, destacou.

PROFISSIONAIS DA SAÚDE ELOGIAM ATUAÇÃO DO TCE
Gestora da unidade de saúde, Sandra Petillo ressaltou o trabalho feito pelo Tribunal de Contas na saúde: “O que podemos fazer em conjunto, um ajudando ao outro, fazemos, e isso mostra uma rede de apoio para melhoria do atendimento”.

A enfermeira Marta Maria confirma que o sentimento positivo dos profissionais de saúde com a ação do Tribunal. “Está bem satisfatório e já melhorou bastante”, destaca.
JOSÉ ADELINO: FALTA DE INSUMOS E ESTRUTURA PREOCUPAM
Na Policlínica José Adelino, apesar de avanços como a limpeza e o almoxarifado organizados, ainda persistem falhas estruturais e operacionais. A falta de insumos básicos e medicamentos é uma preocupação.
A estrutura do prédio é antiga. Os auditores ainda registraram desgastes na pintura, maca enferrujada, insumos de baixa qualidade e número de profissionais considerado insuficiente para atender a demanda.

SAMU: FALHAS OPERACIONAIS, TECNOLÓGICAS E ESTRUTURAIS
No SAMU, a equipe técnica do TCE identificou falhas graves de gestão operacional, tecnológica e estrutural, que impactam diretamente a qualidade e a segurança do atendimento prestado à população.
Persiste a sobrecarga dos profissionais, acionados com frequência para remoções de pacientes não graves (deslocamentos que deveriam ser resolvidos por outros serviços de saúde). A escala de plantonistas não estava atualizada.
Houve ainda relatos de que os veículos da frota, quando vão para conserto, retornam com os mesmos defeitos, sendo comum a necessidade de repetidos reparos sem solução efetiva.

Foram registrados ainda ambientes sem climatização, ambulâncias paradas devido à falta de combustível e o sistema operacional com relatos de falhas como travamentos, perda de registros e ausência de suporte técnico
ANA ADELAIDE E UPA LESTE: AVANÇOS E PROBLEMAS
Na Policlínica Ana Adelaide, a fiscalização constatou avanços, como a troca da lâmpada vermelha da sala do raio-X, instalação de chuveiros na enfermaria e fornecimento de insumos.
Porém, as instalações físicas da unidade são antigas, necessitando de atenção por parte da gestão municipal.

“É uma unidade que caminha para a regularidade e agora o desafio maior é a questão estrutural”, destacou o auditor de controle externo, Fernando Bordignon.
Na UPA da Zona Leste, o quadro geral verificado pela equipe do TCE foi de bom andamento dos serviços, evidenciando continuidade, regularidade e boas práticas.

Como pontos de melhoria: possibilidade de redução da escala ou reforço do quadro de radiologistas, cadeiras de rodas sem apoio para os pés e e falha de iluminação na sala de sutura (apenas uma das três lâmpadas funciona).
FISCALIZAR PARA TRANSFORMAR A REALIDADE DA SAÚDE
Os achados reforçam que a fiscalização vai além do apontamento de falhas: ela é um instrumento de transformação social.
Ao ouvir pacientes, profissionais de saúde e gestores, o TCE-RO busca induzir melhorias que garantam mais dignidade no atendimento e melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde.

“O objetivo do Tribunal com essas fiscalizações é, em tempo real, possibilitar que a administração municipal corrija as impropriedades ou irregularidades identificadas. É o TCE fazendo a diferença na vida do cidadão”, ressaltou o secretário-geral de Controle Externo, Marcus Cézar Filho.
O próximo passo será a elaboração de relatórios detalhados com recomendações técnicas e encaminhamentos à gestão municipal, para que as soluções saiam do papel e cheguem à vida real do cidadão.