TCE retorna a UPAs e Maternidade de Porto Velho, constata avanços e novos problemas
Nesta segunda-feira de fiscalização, 27 de outubro, a equipe do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE -RO) esteve novamente em 4 unidades da rede pública de saúde de Porto Velho: Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino, UPA da Zona Sul e Maternidade Mãe Esperança.
A ação integra o Programa Permanente de Fiscalização da Saúde, que une rigor técnico e escuta humanizada para induzir melhorias no atendimento à população e condições dignas de trabalho para os profissionais da saúde.
Os auditores verificaram a oferta de medicamentos, a realização de exames, o estado de equipamentos, a presença de profissionais da saúde e a limpeza das unidades.
Na inspeção, o TCE-RO se deparou com avanços e novos desafios, que terminam por impactar a vida das pessoas que buscam as unidades para atendimento.

“Essa parceria com o Tribunal de Contas é muito importante, porque melhora e muito o atendimento para a população, além do nosso trabalho”, destaca o enfermeiro Welington da Silva.
DANDO VOZ A QUEM PRECISA DE ATENDIMENTO
Usuários e acompanhantes mostraram alegria e satisfação com os resultados das fiscalizações feitas pelo TCE na saúde da Capital.

“Tem de fiscalizar para que haja esse retorno para a população”, disse o técnico de manutenção Raimundo Nonato Sena, após ser atendido na UPA.
Dulcilene Trindade Silva lembra que já houve vezes de procurar a unidade de saúde e ir embora sem atendimento. “Por isso precisa mesmo da fiscalização do Tribunal, para melhorar esse atendimento”, acentuou.

PROFISSIONAIS DA SAÚDE ELOGIAM ATUAÇÃO DO TCE
Responsável pelo setor de enfermaria, Welington Vieira ressaltou o trabalho feito pelo Tribunal de Contas na saúde. “Hoje temos um exemplo disso: o apoio do Tribunal nos ajudou a fazermos três regulações, trazendo melhoria para os pacientes”, destacou.

A técnica de enfermagem Ana Emaculada também confirma o sentimento positivo dos profissionais de saúde em relação à atuação do TCE. “Eu tenho consciência da importância desse trabalho para a melhoria do atendimento para a população”, afirma.

MATERNIDADE: FALTA DE ESTRUTURA E PROFISSIONAIS
Na Maternidade Mãe Esperança, a equipe técnica observou a satisfação dos usuários com os serviços, mas deficiências estruturais e de recursos humanos persistem.
A unidade está em reforma, operando com capacidade reduzida. Apresenta ainda banheiros deteriorados, infiltrações e climatização deficiente.

Há déficit de profissionais em áreas essenciais (pediatria, obstetrícia, enfermagem, laboratório e ultrassonografia), com dificuldade para cobrir plantões noturnos.
JOSÉ ADELINO: FALTA DE INSUMOS E ESTRUTURA PREOCUPAM
Na Policlínica José Adelino, apesar de avanços como a limpeza e exames laboratoriais e de imagem funcionando, verificou-se que o prédio precisa de pintura e reparos, e há equipamentos enferrujados ou quebrados, além do banheiro para pessoas com deficiência, que não tem assento.
Há problemas de privacidade nos atendimentos, ausência de maca infantil, falta de profissionais e de responsável administrativo, e ausência de ambulância própria. A falta de medicamentos é uma preocupação.

SALA DE ISOLAMENTO É PROBLEMA NA UPA ZONA SUL
Na UPA da Zona Sul, uma situação tem preocupado: a ausência de sala de isolamento para pacientes com tuberculose e HIV.
“Isso tem levado ao uso da ala pediátrica para esses casos, comprometendo leitos infantis”, enfatizou o auditor de controle externo André Italiano.

Foram constatadas também faltas pontuais de insumos, além de reclamações quanto à baixa qualidade de cateteres e falta de reagentes laboratoriais.
Como ponto positivo, o atendimento, o tempo de espera, limpeza e equipamentos todos funcionando.

ANA ADELAIDE: AVANÇOS E NOVOS PROBLEMAS
Na Policlínica Ana Adelaide, a fiscalização constatou o bom atendimento prestado à população pelos profissionais de saúde.
Mas há problemas no fluxo de regulação de pacientes: 6 deles aguardam transferência para unidades de maior complexidade, alguns há mais de três dias. Essa situação causa superlotação, sobrecarga da equipe e exposição a riscos.
Outra falha: o sistema da unidade é parametrizado para zerar os atendimentos diariamente, fazendo com que pacientes que permanecem por mais de um dia na unidade não apareçam registrados no sistema online, comprometendo os indicadores de gestão.

Foram verificados problemas também na escala médica, ausência de três profissionais de enfermagem, e pendências estruturais, como a falta de chuveiro na sala de observação.
FISCALIZAR PARA TRANSFORMAR A REALIDADE DA SAÚDE
Os achados reforçam que a fiscalização vai além do apontamento de falhas: ela é um instrumento de transformação social.
Ao ouvir pacientes e profissionais de saúde, o TCE-RO busca induzir melhorias que garantam mais dignidade no atendimento e melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde.

“É assim que o Tribunal de posiciona: sempre estando mais próximo da população para que haja um serviço de qualidade”, ressaltou o secretário-geral adjunto de Controle Externo, Régis Ximenes.
O próximo passo será a elaboração de relatórios detalhados com recomendações técnicas e encaminhamentos à gestão municipal, para que as soluções saiam do papel e cheguem à vida real do cidadão.




