Rondônia: do ciclo da borracha e ouro para destaque nacional na geração de energia
Localizado na Amazônia Ocidental brasileira, o Estado de Rondônia, historicamente, destaca-se por ciclos exploratórios. Foi assim com o ciclo da borracha e da construção Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, na virada dos séculos XIX e XX, passando pela exploração de madeira, da criação de gado e, de modo mais recente, o ciclo da geração de energia, mais precisamente das usinas hidrelétricas.
Nesse cenário, surgiram quatro grandes empreendimentos: as usinas hidrelétricas de Samuel, no rio Jamari (parte do ciclo da migração na década de 1980); de Jirau e de Santo Antônio, no rio Madeira; e de Tabajara, no rio Machado (na década de 2000).
À exceção do último empreendimento – cujo leilão está pendente, à espera da obtenção de licenças para sua construção –, as demais estão em pleno funcionamento e gerando energia para o Brasil.
Isso mesmo! De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Estado de Rondônia possui atualmente 70 usinas em operação e, desse total, 90,1% são hidrelétricas – a grande maioria, é verdade, são as chamadas PCHs (pequenas centrais hidrelétricas).
No total, conforme o Anuário Estatístico de Energia elétrica, Rondônia gera mais de 23 GWh, atingindo aproximadamente 32% do total da produção energética da região Norte atrás apenas do Estado do Pará. Já o consumo de energia elétrica foi de 2,935 GWh, evidenciando assim que Rondônia mais produz energia elétrica do que consome.
COMPLEXO HIDRELÉTRICO DO MADEIRA
Com duas gigantes na produção de energia elétrica no Brasil, a Usinas de Santo Antônio e Jirau, Rondônia apresenta significativo potencial hidrelétrico. A seguir, o resumo das usinas que compõem o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira:
Usina Hidrelétrica Santo Antônio: Com capacidade instalada de aproximadamente 3.150 MW, contribui para o abastecimento de energia tanto para Rondônia quanto para outros estados.
Usina Hidrelétrica Jirau: Possui capacidade instalada de cerca de 3.750 MW. Assim como a Usina de Santo Antônio, contribui para a geração e distribuição de energia em Rondônia e regiões vizinhas.
Área inundada: O espelho d’água formado é de, aproximadamente, 271 Km², na elevação 70 metros. Desse total, apenas 40% correspondem a novas áreas inundadas, pois a maior parte corresponde à própria calha do rio Madeira nesse trecho.
ENERGIA LIMPA
Importante, ainda, destacar o potencial de Rondônia na geração das chamadas energias limpas, especialmente a solar. Embora esteja na 24ª posição do ranking estadual de geração distribuída, a demanda por energia solar em Rondônia tem crescido exponencialmente nos últimos tempos.
Atualmente, o estado conta com 6,5 MW de potência instalada, segundo informações da Aneel e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Ainda que sua exploração seja incipiente, Rondônia possui potencial de irradiação solar favorável para a produção desse tipo de energia. O estado conta com uma média de 5,18 kWh/m² ao dia, suficientes para colaborar com o uso da tecnologia em casas, empresas, indústrias, propriedades rurais e em serviços públicos devido à sua grande eficiência.