TCE-RO faz nova ação em hospitais, aponta melhorias e problemas que afetam serviços prestados à população

Nesta sexta-feira (3/10), equipes do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) estiveram em quatro unidades da rede estadual de saúde para verificar de perto as condições de atendimento à população.
A ação faz parte do Programa de Fiscalização Permanente na área da Saúde Pública do TCE-RO, que realiza inspeções regulares em unidades de saúde municipais e estaduais, especialmente em finais de semana e feriados.
As visitas ocorreram no Hospital de Base Ary Pinheiro, Hospital Infantil Cosme e Damião, Hospital de Retaguarda e Cemetron.

Em cada unidade, os auditores identificaram avanços importantes, mas também encontraram desafios que ainda precisam ser enfrentados para garantir um atendimento digno e eficiente aos cidadãos.
HOSPITAL DE BASE: ESTRUTURA FUNCIONAL, MAS FALTA DE PROFISSIONAIS PREOCUPA
No Centro Cirúrgico do Hospital de Base, 9 salas estão em operação, com equipamentos em funcionamento e manutenção regular. A limpeza e a higienização foram consideradas satisfatórias, realizadas várias vezes ao dia.
No entanto, quatro salas cirúrgicas estão fora de uso por falta de profissionais, além da necessidade de renovação de aspiradores cirúrgicos e reposição de insumos.

“Esse trabalho em conjunto com o Tribunal de Contas vem somar e fortalecer, ajudando a identificar as demandas para que sejam atendidas no tempo necessário. A gente agradece pela parceria”, afirmou o diretor-geral do HB, Flori Menezes, que acompanhou a fiscalização no hospital.
COSME E DAMIÃO: DESAFIOS NA HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
A fiscalização no Hospital Infantil Cosme e Damião encontrou avanços: quatro novos técnicos de enfermagem foram contratados, goteiras foram resolvidas e equipamentos sem utilidade retirados do almoxarifado. Os exames laboratoriais e de imagem funcionam normalmente, e os ambientes estão limpos e organizados.
Por outro lado, persistem problemas como a ausência de profissionais sem justificativa, falta de equipamentos, medicamentos e insumos básicos.
Pacientes também apontaram a necessidade de mais cuidado e acolhimento nos atendimentos pediátricos.

“O trabalho do Tribunal é muito bonito, porque busca oferecer bem-estar à sociedade. Quando o paciente é tratado com mais atenção, ele se sente melhor e mais acolhido”, disse Antônio Carlos Queiroz, paciente.
HOSPITAL DE RETAGUARDA: AVANÇOS PONTUAIS E PROBLEMAS PERSISTENTES
A unidade apresentou melhorias, como o conserto de macas e do raio-X portátil, que agora está em funcionamento.
No entanto, ainda há problemas que afetam diretamente o atendimento, como a ausência de profissionais nas escalas, banheiros sem acessibilidade, cadeiras de rodas e de banho danificadas, além da falta de medicamentos e insumos básicos.
Usuários também relataram demora na troca de lençóis e no atendimento na recepção, o que compromete o conforto e a dignidade dos pacientes.

“O Tribunal vindo, eu acho um trabalho excelente, tem mesmo que fiscalizar”, disse Warlene Moreira de Moura, acompanhante.
“É um trabalho muito importante, principalmente para os pacientes, porque é nesse momento que eles vão observar o que está faltando”, completou a enfermeira Priscila Nascimento.

CEMETRON: ORGANIZAÇÃO E ASSISTÊNCIA MELHORAM, MAS ESTRUTURA PREOCUPA
No Cemetron, as escalas de plantão estavam completas, com estratégias para cobrir eventuais ausências. A limpeza, organização e realização de exames laboratoriais foram bem avaliadas.

Ainda assim, há problemas estruturais em alas críticas, falhas no controle de estoques, e riscos sanitários, como pneus armazenados e infiltrações.
“Só tenho que agradecer, tanto a vocês que estão vindo fiscalizar quanto aos profissionais que estão nos dando uma boa assistência”, afirmou Maria José da Conceição, acompanhante.
PRÓXIMOS PASSOS: FOCO NA MELHORIA DO ATENDIMENTO
O TCE-RO vai acompanhar de perto as providências adotadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e pelas direções hospitalares para corrigir as falhas encontradas.

O objetivo é garantir que os serviços de saúde ofereçam mais qualidade, segurança e respeito aos cidadãos, além de melhores condições de trabalho para os profissionais da área.
“Nossas equipes foram com o objetivo de monitorar os apontamentos feitos em fiscalizações anteriores, verificando se foram cumpridos ou não. O Tribunal de Contas notifica a Sesau, que tem um prazo para solucionar os problemas encontrados”, completou a auditora de Controle Externo Santa Spagnol, coordenadora da ação desta sexta-feira.