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Presidente do TCE-RO leva ao Congresso Internacional teoria inédita que une ciência, gestão e propósito

De Rondônia para o mundo. O presidente do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO), Conselheiro Wilber Coimbra, apresentará no IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas (CITC), em Florianópolis (SC), uma teoria inédita que propõe uma revolução conceitual na gestão pública: o modelo CHAP (Conhecimento, Habilidade, Atitude e Propósito).

O novo paradigma, de autoria do próprio presidente, amplia a tradicional fórmula do CHA ao inserir o propósito como elemento teleológico (orientado por um fim) e ético da ação institucional, reposicionando o sentido de competência no serviço público.

“Essa metodologia insere um novo paradigma à competência, com a inclusão do pilar ‘Propósito’ à tradicional fórmula CHA e, com isso, evoluindo para o CHAP”, explica o presidente Wilber.

Com sólida trajetória acadêmica e profissional, Wilber Coimbra é Doutor em Ciência Jurídica, Pós-Doutor em Direito, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, Especialista em Direito Administrativo e Graduado em Direito. São mais de 32 anos de experiência na Administração Pública, conciliando atuação técnica, gestão estratégica e docência. Desde 2024, preside o TCE-RO, além de ser palestrante e ter atuado como professor universitário por 15 anos.

“A competência finalística aplicável no Tribunal de Contas transforma a gestão de pessoas em um projeto de sentido institucional, no qual o agente público é considerado como sujeito histórico, evolutivo, único, integral e protagonista substancial da mudança”, complementa.

DA TÉCNICA À FINALIDADE

O modelo, que será apresentado na oficina “Do CHA ao CHAP: Competência Teleológica como Paradigma de Governança Democrática”, integra fundamentos da Filosofia, da Educação e da Administração Pública, inspirando-se em pensadores como Aristóteles, Arendt, Paulo Freire e Peter Drucker.

A proposta parte da ideia de que a competência pública só se realiza plenamente quando orientada por propósito e resultados sociais, superando a lógica puramente burocrática e formalista.

No Tribunal de Contas de Rondônia, o CHAP vem sendo aplicado como base teórica e prática de uma nova cultura organizacional, que une ciência, gestão e sentido humano.

“No Tribunal de Contas, o CHAP substitui a lógica burocrática pela lógica de resultado e impacto; torna o controle em instrumento de educação e transformação social; e inaugura uma cultura de liderança servidora, baseada em dados e propósito”, ressalta Coimbra.

A essência da teoria, segundo o autor, está em compreender que a competência pública não se resume a saber, poder ou querer fazer, mas em entender o sentido e a finalidade daquilo que se faz e seu potencial transformador.

Nessa perspectiva, o CHAP reposiciona a gestão e o desenvolvimento de pessoas, promovendo o alinhamento entre o desempenho individual e a missão institucional de transformar a realidade social.

Com a inserção do propósito à tradicional tríade do CHA, o modelo transcende a eficiência individual e se projeta na efetividade social, estabelecendo um novo paradigma para a administração pública contemporânea.

CONTROLE QUE EDUCA, GESTÃO QUE TRANSFORMA

A teoria já inspira práticas concretas na instituição. Programas como o PAIC (Programa de Alfabetização na Idade Certa) e o FGE (Formação de Gestores Escolares) nasceram de auditorias operacionais e se converteram em políticas públicas de aprendizado e governança, evidenciando o que Wilber Coimbra denomina de “controle que educa”: um controle que orienta, previne e transforma, em lugar de apenas fiscalizar.

Para o presidente, aplicar o CHAP na gestão e no desenvolvimento de pessoas significa alinhar competência individual e propósito coletivo, técnica e transcendência, resultado e significado.

“É formar agentes públicos cientes e conscientes de que a sua função não é só auditar contas, mas ampliar horizontes sociais, convertendo o controle externo em instrumento de desenvolvimento humano e, proeminentemente, em cidadania”, destaca.

DE RONDÔNIA PARA O MUNDO

Com a seleção da oficina no IV CITC, Rondônia projeta-se como referência nacional na construção de um controle público com sentido humano.

“Em tal perspectiva, o Tribunal de Contas passa, desse modo, de instituição fiscalizadora para instituição educadora e transformadora, coerente com o ideal de controle externo orientado por sentido humano”, resume o presidente Wilber Coimbra.

O modelo CHAP, nascido da experiência teórico-prática da gestão rondoniense, representa uma das mais inovadoras contribuições brasileiras à administração pública contemporânea. É um paradigma que transforma competência em propósito e gestão em legado social.

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