Presidente do TCE-RO apresenta teoria inédita em Congresso Internacional e defende gestão pública com propósito
Propósito como motor da gestão pública. Essa foi a mensagem do presidente do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) no IV Congresso Internacional dos Tribunais de Contas (CITC), em Florianópolis (SC).
O presidente Wilber Coimbra apresentou, nesta terça-feira (3/12), o modelo CHAP (Conhecimento, Habilidade, Atitude e Propósito), uma teoria inovadora e inédita que rompe com a lógica burocrática e coloca o controle externo como instrumento de educação e transformação social.
A teoria, criada pelo presidente, amplia a tradicional tríade do CHA (Competência, Habilidade e Atitude) ao incluir o Propósito como elemento central da competência pública.
“Tudo na vida que não tem propósito não faz sentido. Um tribunal sem propósito, obviamente, não faz sentido. Nessa perspectiva, enquanto CHA consolidou essa lógica técnico-comportamental da competência, é exatamente o CHAP que introduz a dimensão teleológica”, afirmou Coimbra, durante a apresentação.
DO CHA AO CHAP: UMA MUDANÇA DE PARADIGMA
O modelo une fundamentos da Filosofia, Educação e Administração Pública, inspirando-se em pensadores como Aristóteles, Hannah Arendt, Paulo Freire e Peter Drucker.
Segundo Coimbra, a competência pública não se resume a saber, poder ou querer fazer, mas em compreender o sentido e a finalidade daquilo que se faz e seu potencial transformador.
“Em qualquer atividade na vida, podemos ter conhecimento, podemos ter habilidade, podemos querer fazer. Sem sentido, é árido, é desértico e não produz. O controle externo, sobretudo, busca o seu sentido, uma constituição finalística, uma constituição que potencializa máxima efetividade dos princípios constitucionais. E isso passa necessariamente pelo controle externo disruptivo, inovador, compreensivo e, sobretudo, com propósito”, destacou.

CONTROLE QUE EDUCA, GESTÃO QUE TRANSFORMA
O CHAP já inspira práticas concretas no TCE-RO. Programas como o PAIC (Programa de Alfabetização na Idade Certa) e o FGE (Formação de Gestores Escolares) nasceram de auditorias operacionais e foram convertidos em políticas públicas de aprendizado e governança.
Com essa abordagem, o Tribunal deixa de ser apenas fiscalizador para se tornar educador e transformador, coerente com o ideal de um controle externo orientado por sentido humano.
DE RONDÔNIA PARA O MUNDO
A seleção da oficina no Congresso Internacional dos Tribunais de Contas coloca Rondônia como referência nacional na construção de um controle público com propósito.
O modelo CHAP, nascido da experiência teórico-prática da gestão rondoniense, representa uma das mais inovadoras contribuições brasileiras à administração pública contemporânea, transformando competência em propósito e gestão em legado social.




