Fiscalização do TCE-RO em Porto Velho revela avanços e falhas que impactam diretamente pacientes e profissionais de saúde
O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) voltou às ruas da Capital, neste sábado (8/11), para mais uma rodada de fiscalizações a unidades da rede pública de saúde.
As equipes estiveram no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e nas Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino, acompanhando de perto o que mudou e o que ainda precisa mudar no atendimento à população.
A ação integra o Programa Permanente de Fiscalização da Saúde, iniciativa que combina rigor técnico e escuta humanizada para induzir melhorias no serviço público e nas condições de trabalho dos profissionais da área.
Durante as inspeções, os auditores avaliaram a oferta de medicamentos e insumos, a realização de exames, o estado dos equipamentos, a presença das equipes de saúde e as condições de limpeza e estrutura das unidades.

O resultado mostra um cenário de avanços importantes, mas também fragilidades que continuam afetando diretamente pacientes e servidores.
JOSÉ ADELINO: AVANÇOS NA GESTÃO E NOVOS DESAFIOS
Na Policlínica José Adelino, a fiscalização reconheceu pontos positivos, como a presença de servidores administrativos nos fins de semana e o regime de sobreaviso no almoxarifado.
No entanto, foi registrada quantidade insuficiente de insumos essenciais, como tubos e ataduras, o que compromete o pleno funcionamento da unidade.

Também foi identificada a escassez de medicamentos e a ausência de balança hospitalar adequada, já que o equipamento atualmente utilizado não é próprio para uso clínico.
Como ponto positivo, equipe do TCE-RO registrou a presença de agente de endemias nos fins de semana e o funcionamento contínuo da farmácia, das 7h às 18h, garantindo assistência completa à população.
SAMU: FROTA REDUZIDA E SOBRECARGA CONTINUAM PREOCUPANDO
No Samu, os auditores constataram que persistem irregularidades antigas, especialmente a frota insuficiente e com falhas mecânicas recorrentes.
Faltam condutores para completar as equipes, o que amplia a sobrecarga dos profissionais, que muitas vezes são acionados para remoções de pacientes sem quadro grave, situação que deveria ser absorvida por outros serviços de saúde.

O Tribunal alertou que o problema compromete a agilidade nos atendimentos de urgência e desgasta as equipes. Também foram observadas falhas de infraestrutura, como a falta de manutenção do ar-condicionado e a limpeza precária das ambulâncias no turno noturno, além do descumprimento de escala de plantão por dois servidores.
ANA ADELAIDE: MELHORIAS IMPLEMENTADAS E NOVOS DESAFIOS
Na Policlínica Ana Adelaide, o TCE-RO verificou avanços concretos em relação à última visita: problemas como vandalismo nos banheiros públicos, ausência de chuveiro na sala de observação e falhas na transferência de pacientes já foram solucionados.
Por outro lado, a fiscalização identificou novos desafios que exigem ação imediata da gestão.
A unidade enfrenta falta de kits laboratoriais essenciais para exames de diagnóstico e acompanhamento de pacientes críticos. Além disso, foram encontrados pacientes internados desde o dia anterior, o que gera superlotação, sobrecarga da equipe e riscos à segurança assistencial.
FISCALIZAR PARA TRANSFORMAR A SAÚDE PÚBLICA
Os resultados reforçam o papel do TCE-RO como agente transformador da realidade da saúde pública. Mais do que apontar falhas, o Tribunal busca escutar, compreender e propor soluções que melhorem a vida das pessoas.
Ao conversar com pacientes e profissionais, os auditores identificam problemas que vão além dos relatórios, e ajudam a construir caminhos para um atendimento mais digno e humano.

“É o Tribunal mais próximo da população, trabalhando para que o serviço de saúde tenha cada vez mais qualidade”, destacou o secretário-geral de Controle Externo, Marcus Cézar Filho.
O próximo passo será a elaboração de relatórios detalhados, com recomendações técnicas e encaminhamentos à gestão municipal, para que as melhorias saiam do papel e se tornem parte do dia a dia dos cidadãos.




