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Fiscalização do TCE-RO identifica reincidência de falhas graves em hospitais estaduais e aponta para responsabilização de gestores

O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) voltou, neste domingo, a três dos principais hospitais estaduais, em Porto Velho, e constatou que problemas estruturais, falta de medicamentos e escassez de profissionais persistem, mesmo após recomendações feitas em fiscalizações anteriores.

As inspeções ocorreram dentro do programa de Fiscalizações Permanentes e revelaram respostas insuficientes por parte da gestão estadualo que deve levar o TCE a iniciar processos de responsabilização.

No planejamento da auditoria, foi destacada a importância do trabalho para melhoria do atendimento à população

Foram vistoriados o Pronto-Socorro João Paulo II, o Hospital de Base Ary Pinheiro e o Hospital Infantil Cosme e Damião. Após a ação, os gestores foram oficialmente notificados para adoção imediata de providências.

JOÃO PAULO II: POUCOS AVANÇOS E SÉRIOS DÉFICITS ESTRUTURAIS

No João Paulo II, o único avanço registrado foi a retomada do uso do aparelho de raio-X. No entanto, a unidade segue enfrentando escassez de insumos básicos como medicamentos, sondas, agulhas e colchões.

Condições de alas, como a de cirurgia, são avaliadas pela equipe de auditoria do TCE-RO

Também estão em falta equipamentos essenciais como cadeiras de rodas e de banho. O aparelho de ultrassom permanece inoperante por falta de uma peça. O telefone para acionar profissionais de sobreaviso estava com defeito, o que compromete o atendimento emergencial.

No Hospital João Paulo II, há macas, mas faltam colchonetes e cadeiras de roda

Além disso, há demora excessiva na transferência de pacientes que aguardam cirurgia, agravando a superlotação e o desgaste da equipe médica.

COSME E DAMIÃO: ATENDIMENTO ELOGIADO, MAS PROBLEMAS PERSISTEM

No Hospital Infantil Cosme e Damião, os relatos colhidos pelos auditores destacaram o acolhimento dos profissionais. Mas a estrutura física e o quadro funcional seguem fragilizados.

Faltam profissionais em número suficiente, ventiladores mecânicos não passam por manutenção, há goteiras em áreas sensíveis e a superlotação continua comprometendo a qualidade da assistência.

Profissionais da saúde foram ouvidos pelo Tribunal de Contas para saber as condições de trabalho nas unidades hospitalares da Capital

QUANTITATIVO INSUFICIENTE DE PROFISSIONAIS PARA ATENDIMENTO NO HB

No Hospital de Base Ary Pinheiro, o TCE-RO voltou a constatar falta de médicos, inclusive de sobreaviso, e pacientes em situação precária após procedimentos cirúrgicos, acomodados em cadeiras ou nos corredores por ausência de sala de recuperação.

O serviço de triagem segue com falhas, e o número reduzido de profissionais compromete a agilidade no atendimento, especialmente no setor obstétrico.

TCE-RO PREPARA A ABERTURA DE RESPONSABILIZAÇÃO

Diante da reincidência dos problemas e do não cumprimento integral das determinações anteriores, o TCE-RO prepara a abertura de processos de responsabilização dos gestores estaduais. O objetivo é assegurar que os direitos dos cidadãos sejam respeitados e que o sistema público de saúde avance em qualidade e efetividade.

Equipe do TCE-RO confere as escalas de profissionais à disposição da população

APOIO DA POPULAÇÃO E COMPROMISSO COM A TRANSPARÊNCIA

Durante a fiscalização, cidadãos e profissionais de saúde elogiaram a atuação do Tribunal. “Parabenizo o TCE pelo trabalho sério. A presença aqui mostra que alguém está olhando por nós”, disse o servidor público Dário Davides, que acompanhava a mãe no hospital.

Dário Davides: “Sei do trabalho sério que o Tribunal faz”

Para o Tribunal de Contas, mais do que relatar falhas, o compromisso é com a efetiva melhoria do serviço público, especialmente em áreas sensíveis como a saúde.

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