Conselheiro prevê que RO terá renda per capita média do País em 5 anos
“Conforme havia previsto em 2001, caso mantenha o crescimento atual, Rondônia terá em 2014 ou, no mais tardar, 2015, a mesma renda per capita média do Brasil, ou seja, equiparando-se aos estados mais ricos da Federação.” Essa projeção foi feita pelo vice-presidente do Tribunal de Contas (TCE-RO), conselheiro Valdivino Crispim de Souza, durante palestra na Universidade Federal de Rondônia (Unir), na noite da última quinta-feira (12).
Professor do curso de Economia, o conselheiro Crispim falou para um público seleto, composto por acadêmicos e professores do Núcleo de Ciências Sociais da Unir. Na ocasião, ele explicou que a apresentação era fundamentada em números divulgados pela Secretaria do Estado de Planejamento (Seplan), num trabalho conjunto do titular da pasta, José Carlos Ribeiro, e do coordenador-técnico Luciano Guimarães.
“Esses dados mostram que Rondônia é um estado alinhado para o desenvolvimento econômico-social. Numa análise de médio e longo prazo, nota-se que o Estado tem apresentado excelentes indicadores, os quais sinalizam uma boa distribuição de renda, com redução paulatina e continuada do grau de concentração de riqueza da população rondoniense, em conseqüência da própria formação econômica do Estado em sua origem”, disse Crispim.
Nesse sentido, o conselheiro apresentou, ainda, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (IPEA), no qual Rondônia é listado como o terceiro estado do País com a menor desigualdade na distribuição de renda, atrás apenas de Amapá (1º) e Santa Catarina (2º). Isso, segundo ele, é reflexo também do alinhamento fiscal vivido pelo Estado hoje em dia. “A dívida de Rondônia em função do seu PIB apresenta-se em franco declínio”, acrescenta.
PREVISÃO
Para o conselheiro e professor Crispim, os números positivos exibidos pela economia rondoniense vão, inevitavelmente, catapultar o Estado para “a banda superior da renda per capita do Brasil”. “Isso efetivamente deve acontecer entre 2014 e 2015, confirmando, aliás, um estudo de minha autoria realizado em 2001, quando já projetava esse avanço para o nosso Estado”, acentua.
Para que essa previsão se torne realidade, o palestrante lembra, ainda, que Rondônia precisa recuperar o bom desempenho econômico-financeiro, interrompido no final de 2008 devido à grave crise financeira mundial. “É lógico e natural que Rondônia ainda se ressente da crise. Basta ver que a execução orçamentária da receita do governo ainda bate nos picos do final de 2008, não conseguindo superar aquele ambiente inicial de crise.”
O retorno aos momentos vividos no pré-crise, de acordo com Crispim, é plenamente viável. “Todos os fundamentos para promover o desenvolvimento econômico-social estão aí. Basta dar continuidade. Precisamos incentivar maiores investimentos em infraestrutura, fomento ao processo produtivo, com subsídios ao agronegócio, investimento em qualificação educacional e educação ambiental para a comunidade, a fim de que haja sustentabilidade em decorrência das atividades humanas”, ressalta.
Outra ação considerada importante pelo conselheiro para que o Estado retome o crescimento é a abertura da BR-319: “Essa rodovia proporcionará acesso a Manaus, que é um mercado potencial com mais de 2 milhões de pessoas, além de ser um importante elo de integração regional.”
Segundo o palestrante, caso o Estado continue fazendo seu “dever de casa”, o crescimento econômico será inevitável e trará reflexos diretos para a população, como a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é elaborado e divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em 2005, o Estado tinha IDH de 776, próximo de 800, classificado como “bom desenvolvimento” pelo PNUD.